quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O que te faz infinito?

Acredito que todos têm uma missão em comum: a de amar e espalhar amor pelo mundo. Cumprir essa missão nos realiza. A forma que encontrei de cumpri-la foi cantando: cantar faz com que eu acredite em todas as coisas boas da vida, faz com que eu pense que de, alguma forma, somos capazes de mudar o mundo e o estamos melhorando através da música, mesmo que esse “mundo” seja apenas o meu, e o de quem me ama. Para mim já é o bastante, já é suficiente alcançar o mundo de alguém. A música é magia, é a realização dos sonhos mais irrealizáveis, é sal e luz, é vida. E enquanto se canta, pode-se ser quem você quiser ser, e chegar onde você sempre sonhou.
 A música ecoa e nos torna infinitos. E são esses instantes, em que nos tornamos infinitos, que fazem todas as lutas valerem a pena, todos os ensaios, os pesos, apertos, as quedas, tropeços e desencontros: fazem a vida ganhar sentido, e nos dão sentido de ser e estar.
Nesses instantes de infinitude, os quais a música me proporciona, consigo sentir a minha missão, em função do amor, sendo cumprida e, por isso, ouso afirmar que todo mundo tem, ou pelo menos deveria ter, uma coisa onde se sinta infinito e é a partir disso que espalharemos o nosso amor pelo mundo, pois o nosso ponto de infinitude mostra a cor da nossa essência. Se você ainda não encontrou nada que o estenda, e o ligue ao infinito, corra e descubra, se descubra e o faça de propósito.
Percebo a mistura de dons e essências ao observar os amigos que tenho, pessoas com as quais Deus me presenteou e que me ensinam a ser alguém menos pior durante essa jornada. Meus amigos me ensinam o quanto é bom conhecer o outro, amar, aprender a ver a vida, e também a minha vida, através de outros olhos, enxergar o que sozinha eu jamais conseguiria ver. Através do infinito particular de cada um existe uma imensidão de possibilidades: uns nasceram para escrever, outros preferem a oratória, já outros tem o dom a “escutatória”, como diria Rubem Alves. Alguns distribuem amor com o sorriso ou um abraço, alguns nasceram para nos fazer sorrir, outros têm a arte no corpo. Tem, até, gente que acha que não nasceu para nada, mas que, sem imaginar, faz toda a diferença no mundo pelo seu jeito de olhar com esperança para estrada e registrar essa esperança

. Da mesma forma que ninguém possui todos os dons, ninguém nada tem. Todos temos uma missão que nos leva ao amor e não devemos desistir dela. Às vezes pausas são necessárias, junto de lágrimas nos ombros dos nossos para regar as vitórias que virão na busca de encontrar esse algo que nos fará infinitos, nos fará amor. Talvez eu já tenha encontrado meu infinito particular, o meu ponto de partida que, por ser infinito, jamais faltará o que buscar. E, todas as vezes em que eu canto e posso olhar para o infinito que é o céu, o faço e esse olhar estende-se infinitamente e transforma-se em oração (ou uma canção) que se repete todas as vezes em que eu penso em desistir, em que eu digo pra mim mesma e pra você também: não desista, sorria e acredite, o melhor sempre está por vir! 

Débora Kelly